Falta de gasolina faz preços subirem na capital mineira

10 de Outubro de 2012
por: Queila Ariadne

Consumidor já paga mais caro e pode ter dificuldades para abastecer no feriado

 

Falhas no abastecimento de gasolina dos postos da BR Distribuidora em Belo Horizonte, no fim da semana passada, refletiram em aumento generalizado dos preços na capital. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustível e Gás Natural (ANP), o preço médio da gasolina, que era R$ 2,61 até 29 de setembro, subiu para R$ 2,67. O aumento, de R$ 0,06 por litro, significa alta de 2,3%.

Em um posto da Tereza Cristina, por exemplo - região que é um termômetro de preços para a cidade -, o litro da gasolina subiu cerca de R$ 0,05, passando para R$ 2,65, e a quantidade comprada por dia caiu pela metade.

Além de pagarem mais caro, com a proximidade do feriado prolongado de 12 de outubro, os consumidores poderão ter dificuldade para abastecer. "Eu aconselho as pessoas a encherem o tanque, para não terem dor de cabeça", afirma Iury Silveira, que tem dois postos da rede Ipiranga, na capital.

"O problema do abastecimento de gasolina é geral e tem a ver com falhas na Refinaria Gabriel Passos (Regap), que há anos não passa por uma reforma. Tanto é que a Petrobras está tendo que trazer combustível de outros lugares", destaca.

Na última sexta-feira, a Petrobras Distribuidora informou, por meio de nota, que estava trabalhando para regularizar no menor tempo possível o abastecimento de gasolina à rede de postos com sua bandeira na região de Belo Horizonte, que sofreu restrição pontual nos últimos dias. Informou ainda que, além de carregamentos na Regap, a BR estava trazendo volumes dos pólos alternativos de Duque de Caxias (RJ) e Mataripe (BA).

Ontem, via assessoria de imprensa, a Petrobras Distribuidora informou: "Não temos mais registro de restrição na oferta aos postos de bandeira BR em MG, graças à movimentação realizada desde a sexta-feira e durante o fim de semana, no terminal de Betim".

Prejuízo. Segundo Silveira, as distribuidoras normalmente garantem um determinado volume por contrato. "Mas, se faltar gasolina, elas não têm como garantir", afirma ele, lembrando que os mais prejudicados serão os postos bandeira branca, que não compram só de uma distribuidora.

Silveira conta que tem ele capacidade para comprar 50 mil litros por fim de semana, para vender cerca de 20 mil e estocar 30 mil, o que, há 15 dias não está conseguindo. "Nossa margem de lucro é pequena, a gente não ganha na venda, mas na quantidade comprada, por isso, é melhor comprarmos muito, mas, às vezes, temos que comprar só o mínimo, que são 5.000 litros", explica.

 

 
Mudanças
 
Nova tributação de petróleo está em estudo
 
Brasília. Depois de oito meses de negociação do regime automotivo, o governo prepara agora a ampliação e modernização do regime tributário do setor de petróleo e gás, conhecido como Repetro. Também será criado um novo sistema para a toda a cadeia produtiva do setor químico.
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges, informou que as mudanças são complexas e visam ao fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva. A previsão é que sejam implementadas em 2013.

No caso do Repetro, serão beneficiados os fornecedores, o que inclui a indústria siderúrgica, de bens de capital e serviços.

Hoje, o regime é mais aduaneiro e beneficia, principalmente, as operadoras dos campos de petróleo e gás, como a Petrobras. A ideia é adequar o Repetro ao reposicionamento do Brasil no mercado mundial depois das descobertas de novas reservas.
Fonte: O TEMPO

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