Rodoviária e BRT a caminho
Rodoviária e BRT a caminho
Há quatro anos, o atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), disputava pela primeira vez o comando do Executivo com o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB). Na época, um dos principais temas de debate foi a proposta de transferência do terminal rodoviário do Centro para o bairro Calafate, na região Oeste. De lá para cá, a ideia foi rejeitada e substituída pelo projeto de levar o serviço para o São Gabriel.
"Não houve tanta resistência como no Calafate. Como a região aqui é mais pobre, em vez de considerar prejuízo, os moradores consideraram benefício", afirmou o presidente da Associação Comunitária do bairro Ouro Minas, Arízio Alves das Neves.
Mas, para que a nova rodoviária traga vantagens para a população, é necessário que a infraestrutura no entorno também acompanhe a construção do edifício.
"Têm que ser feitas obras de transposição, como viadutos e trincheiras, para dar acesso ao outro lado do Anel Rodoviário, além de desafogar o trânsito na avenida Cristiano Machado, com a utilização da José Cândido da Silveira e da Andradas", explicou Neves.
Sobre o prazo da entrega do BRT, "o quanto antes" é a promessa de campanha tanto do candidato à reeleição, quanto do adversário e ex-prefeito Patrus Ananias (PT).
Habitação. Além de atuar na mobilidade urbana, com a entrega de obras fundamentais, o próximo prefeito de Belo Horizonte, seja ele quem for, deve se preocupar ainda mais com as famílias que serão afetadas com a construção da nova rodoviária. A intervenção vai gerar desapropriações, situação que cria um problema na área de habitação.
Pelo menos 6.000 moradias estão prometidas para ser entregues, no máximo, no próximo ano em bairros como o Vitória e o Capitão Eduardo. "Antes, entregávamos casas todos os meses. Nos últimos anos, não entregamos nenhuma", criticou a coordenadora geral do Núcleo Habitacional do São Gabriel e Adjacências, Eliete de Oliveira Soares.
"A pior situação é para as famílias com renda entre zero e três salários mínimos. São 1.400 unidades habitacionais que deveriam ter sido entregues a essas pessoas e que nunca saíram do papel. O programa Minha Casa, Minha Vida não chegou a Belo Horizonte", criticou a dirigente.
O prefeito escolheu o São Gabriel para participar de uma caminhada e de um encontro com lideranças comunitárias. "Esta região vai sofrer uma bela transformação nos próximos anos com a nova rodoviária e a grande estação BRT, que vai ser feita ali, ao lado do metrô", afirmou Lacerda em uma das visitas.
Já o concorrente petista, que realizou uma plenária no bairro Fernão Dias e uma caravana no São Gabriel, juntamente com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, também disse que vai concluir o novo terminal.
"Todas as obras que vêm se arrastando, vamos concluí-las no menor prazo possível para o benefício da população", assegurou.
Programas. Em seu plano de governo, o candidato à reeleição promete "viabilizar recursos" para priorizar o transporte coletivo na rua Jacuí e pretende construir oito unidades habitacionais na Vila Carioca, retirando famílias de áreas de risco. O atual prefeito prevê ainda a substituição da UPA Nordeste, proposta que também está no plano de Patrus.
O petista concentra na saúde suas quatro propostas específicas para a Nordeste. Além da UPA, ele promete construir um centro de especialidades médicas e outro odontológico, além de um centro de referência em infectologia. (LP)
Investimento em saneamento básico é uma demanda dos moradores, principalmente, do São Gabriel e do Ribeiro de Abreu. Nesses bairros, o ribeirão do Onça, afluente do rio das Velhas, é praticamente um esgoto a céu aberto. "Tem uma parte que é canalizada, e outra parte que não. Nós estamos reivindicando há vários anos a limpeza do ribeirão, pedindo providência para fazer o saneamento", disse o presidente da Associação Comunitária do bairro Ouro Minas, Arízio Alves das Neves.
Em 2006, foi construída uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com capacidade de tratar 1.800 litros de água por segundo. Mas, mesmo com o investimento, os moradores acreditam que somente uma grande obra possa reduzir os danos causados pela falta de saneamento.
"Nós sabemos que vai demandar muito dinheiro, mas é um problema que atinge a todos os moradores nas questões de higiene, saúde e urbanização", afirmou o líder comunitário. (LP)
Fonte: O TEMPO