Aliados querem assinar planos
PMDB e PSDB, aliados mais poderosos dos dois principais concorrentes à Prefeitura de Belo Horizonte, trabalham para imprimir diretrizes próprias assinadas nos programas de governo do ex-ministro Patrus Ananias (PT) e do atual prefeito e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), respectivamente.
O peemedebista Aloísio Vasconcelos, candidato a vice do ex-ministro, destaca a educação e o meio ambiente como a principal participação na construção do plano de gestão para a capital, que tem previsão de ser divulgado até o final da primeira semana de agosto.
"Uma das propostas para a educação é modificar a construção de escolas, tornando as obras mais leves e modernas para que sejam concluídas em cinco, seis meses. Para o meio ambiente, vamos trabalhar na preservação do ar, da água, no tratamento do esgoto, na reciclagem do lixo e na recuperação das praças", disse Vasconcelos.
Do lado tucano, o presidente estadual da legenda, deputado federal Marcus Pestana, disse que o foco do PSDB é continuar planejando estratégias para o crescimento da cidade. "Vamos investir em um programa caracterizado por inovação e continuidade. Os dois desafios principais de Belo Horizonte estão presos na área da saúde e na da mobilidade urbana. O foco vai ser, principalmente, nessas duas áreas", afirmou o tucano.
Prática. Até que os planos fiquem prontos, os aliados baseiam seus discursos em suas referências de gestão, os governos estadual e federal. O ex-ministro Patrus Ananias adota posição de proximidade do governo Dilma, que ainda tem o PMDB como aliado. "Ninguém faz grandes projetos sem o apoio do governo federal. O PMDB ajuda, mas o grande diferencial é o governo federal", frisou Vasconcelos.
Por sua vez, o presidente tucano em Minas acredita que o apoio do senador Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia serão fundamentais. "É uma marca importante na candidatura dele (Lacerda). BH nunca recebeu um conjunto de investimentos em todas as áreas como neste período de Anastasia e Aécio", relatou.
O cientista político Carlos Ranulfo, porém, alerta que os interesses da cidade manterão seu protagonismo. "O que vai decidir a eleição é o debate entre os dois. O eleitor não vai votar no padrinho político. Eles são coadjuvantes de peso, mas nenhum deles ganha a eleição. O que tem que ser feito é cada um apresentar o que tem que oferecer para a cidade", analisou.
Em entrevista ao portal O TEMPO Online, Pestana assegurou que o apoio é ao atual prefeito e atacou Kassab. "Ele está igual biruta de aeroporto: aponta para o lado que o vento bate". O tucano disse não compreender por que o prefeito de São Paulo faz tanta questão de demonstrar adesão ao Palácio do Planalto sendo que recebe críticas tão ácidas do candidato petista à sua sucessão, Fernando Haddad.
Já o presidente estadual do PSD, Paulo Safady Simão, acusou o PSDB mineiro de interferir nas decisões internas do partido. "Já elegeram o presidente do PSDB para atacar. Está havendo uma interferência descabida", disse Simão sobre Pestana. (GP)
O julgamento do mensalão começará na próxima quinta-feira, e seu fantasma já entrou nos discursos dos apoiadores do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Nos bastidores, comenta-se que o suposto esquema de corrupção, que teria sido comandado por petistas, será usado para atacar o PT na capital, e é tratado como um "grande trunfo" da campanha.
Ainda assim, as acusações relacionados ao escândalo não deverão aparecer nas falas do próprio candidato socialista. Ontem, durante almoço com comerciários, Lacerda evitou comentar sobre a utilização do julgamento na disputa de Belo Horizonte. "Isso é uma questão para a Justiça definir. Realmente, é um processo muito complexo e está na mais alta Corte do país com toda a tradição, honradez e preparo dos seus membros, e saberá julgar com sabedoria e respeitando as leis", afirmou. Com a declaração, Lacerda confirma a postura mantida até o momento de não fazer críticas diretas ao principal rival, Patrus Ananias (PT).
Cabo eleitoral. Depois de diversas especulações sobre quando o senador Aécio Neves (PSDB) estaria ao lado de Marcio Lacerda na campanha em Belo Horizonte, o encontro dos dois deverá acontecer hoje. O candidato socialista se reúne com ambientalistas no comitê do PSB da Raja Gabaglia, região Centro-Sul da capital, ao meio-dia. (LA)
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) firmadas pelo prefeito e candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB) na área da saúde foram criticadas ontem por seu principal oponente, o candidato do PT, Patrus Ananias. De acordo com o petista, "infelizmente, não foi possível fazer, na atual gestão, uma avaliação positiva da parceria na saúde e, por isso, elas precisam ser repensadas".
Já em relação às PPPs na educação, anunciadas anteontem por Lacerda para a construção de 32 Unidades Municipais de Ensino Infantis (Umeis), o ex-ministro foi só elogios. "Tenho uma avaliação positiva. Pelos estudos que já fiz na área, as PPPs foram bem encaminhadas na educação e vamos mantê-las", disse.
As parcerias com a iniciativa privada, no entanto, foram criticadas, ontem, durante seminário de integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Minas, na região do Barreiro, no qual Patrus esteve presente.
Discurso. O petista considerou naturais as críticas diretas de Lacerda ao governo federal, que foi considerado culpado por grandes projetos na capital não terem saído do papel. "Faz parte do processo. Nós estamos discutindo BH, como conseguir os recursos do governo federal". Também ontem, Patrus participou de reunião plenária com militantes e filiados ao PT na região Leste. (IL)
Fonte: O TEMPO