Governo investe em seis anos o que arrecada de IPVA em um

08 de Fevereiro de 2013
por: Pedro Grossi

soma dos gastos do governo mineiro com recuperação e manutenção de estradas nos últimos seis anos equivale ao que o Estado arrecadou com IPVA apenas em 2012. De acordo com balanço do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER-MG), foram investidos entre 2006 e 2012 R$ 1,3 bilhão, enquanto o recolhimento do IPVA rendeu para os cofres estaduais somente em 2012 cerca de R$ 1,16 bilhão.

No ano passado, foram destinados R$ 365 milhões para recuperação e pavimentação de estradas por meio do Programa de Recuperação e Manutenção Rodoviária do Estado de Minas Gerais (ProMG) - valor cerca de três vezes menor do que o que foi arrecadado com o imposto.

Vale lembrar, no entanto, que, por destinação legal, os recursos do IPVA, que são a segunda maior fonte de receita do Estado (atrás do ICMS), entram para o caixa único do Estado e os recursos não são, necessariamente, aplicados na manutenção das vias públicas. De tudo o que é recolhido com o imposto, 40% vai para o município de emplacamento dos veículos, 40% para o Estado e 20% para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Mas se o imposto é pago apenas por proprietários de veículos, por que o dinheiro arrecadado é utilizado para beneficiar também os que não têm carros? "O sistema tributário nacional parte do princípio de que quem tem mais paga mais", explica o advogado tributarista Thiago Carvalho.
Segundo ele, o que a Constituição determina é que metade da arrecadação fique com o Estado e metade com o município em que o carro foi emplacado.

Parcial. Até o dia 31 de janeiro a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF-MG) arrecadou R$ 1,4 bilhão com o IPVA 2013. A expectativa do governo é que o valor total seja de R$ 3,02 bilhões. De acordo com o superintendente de Arrecadação e Informações Fiscais da SEF, Osvaldo Lage Scavazza, que apresentou, ontem, balanço parcial da arrecadação, até o momento, houve um aumento de 6,5% no valor emitido e de 8,2% no total recebido com o IPVA.

Ainda de acordo com o balanço apresentado, houve um total de dez recursos de contribuintes que contestaram o valor do imposto quebrado e, desse total, quatro foram deferidos.





Em 2012
Minas recupera 6% das estradas
De janeiro a novembro de 2012, foram recuperados 856,85 km de estradas mineiras. Considerando os últimos seis anos, foram 6.399 km recuperados, ao todo.

O total de estradas recuperadas no Estado em 2012 representa 6,4% da malha rodoviária estadual – que tem aproximadamente 13,2 mil km.

Minas Gerais também possui outros 14,2 mil km de rodovias federais.

Impostos. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) é o único imposto em que há determinação de aplicação de parte da arrecadação em obras de infraestrutura viária. "Além disso, o dinheiro da Cide pode ser utilizado para recuperação de danos ambientais, sobretudo causados pela exploração ambiental, e para subsidiar o preço do álcool", diz o advogado tributarista Thiago Carvalho.

Esse foi, inclusive, o artifício do governo utilizado para segurar os preços da gasolina. Em junho, o governo zerou a alíquota da Cide para importação e comercialização de petróleo. (PG)
Privatização
Concessões de rodovias terão taxa de retorno de 10%
Brasília. Será superior a 10% a taxa de retorno real para as concessões de rodovias oferecidas pelo governo federal, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Vai ganhar quem oferecer tarifa mais baixa de pedágio. Isso não muda", afirmou o ministro.
Na última terça-feira, Guido Mantega disse que o governo vai oferecer um novo modelo de concessão rodoviária como forma de atrair mais investimentos na área de infraestrutura.

"Ele dá mais vantagens na área financeira, nós aumentamos o prazo de financiamento, estamos aumentando também o prazo da concessão", disse.

De acordo com o ministro, o prazo para o financiamento das concessões passará de 20 anos para 25 anos. O prazo das concessões também será estendido, de 25 para 30 anos.

Segundo o ministro, a necessidade de garantias exigidas do investidor vai diminuir e haverá menor exigência de comprovação de patrimônio liquido. "Isso vai aumentar muito a taxa de rentabilidade.
Nós caprichamos, vamos ter um consórcio dos três bancos, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", disse.

"Essas condições são atrativas para o investidor", destacou.

De acordo com o ministro, um modelo semelhante ainda será estudado para o setor ferroviário.

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