Aumento já sofre resistências

30 de Novembro de 2012
por: Isabella Lacerda

Rede social está sendo utilizada para a mobilização da população

 

Se depender da população da capital, os vereadores de Belo Horizonte podem ter que enfrentar uma nova pressão popular para aprovar o reajuste salarial para a próxima legislatura. A nova proposição, que ainda não foi colocada em tramitação na Câmara, mas prevê 33% de aumento nos contracheques dos parlamentares já encontra resistência.

Os mesmos manifestantes que, no início do ano, se reuniram e formaram grupos de protesto - inclusive nas redes sociais - para pressionar os vereadores a se posicionarem contrários ao aumento de 61,8% nos vencimentos já se organizam para impedir que a nova proposta seja aprovada.

A restrição também deve acontecer no caso da ampliação dos vencimentos do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e de seus secretários, que deve entrar em tramitação junto com os aumentos dos vereadores. Nesses casos, o reajuste não deve ultrapassar 27%.

Nos próximos dias 11 e 12, quando a Câmara Municipal da capital estará correndo contra o tempo para aprovar os projetos de interesse do Executivo, cerca de 200 pessoas, entre integrantes de grupos como Ocupe Câmara, Manifesta BH, Câmara Transparente e Brasil contra a corrupção, planejam ocupar as galerias da Casa para demonstrar a indignação com a nova tentativa de aumento salarial.

"Acho um tremendo absurdo. O salário que os vereadores recebem, hoje, está muito acima do mercado, muito maior do que o valor que um trabalhador recebe. Onde já se viu um empregado ganhar 33% de aumento de uma só vez?", critica a integrante do grupo "Brasil contra a corrupção" Laura Furquim Xavier.

Segundo ela, a intenção com a mobilização é mostrar que a população continua vigilante em relação ao trabalho desenvolvido pelos vereadores.

Internet. A principal forma de convocação para a manifestações tem ocorrido via redes sociais - como aconteceu durante todo o fim do ano passado e também no início deste ano, até que os parlamentares decidiram manter o veto à proposta que ampliava os salários de R$ 9.288 para R$ 15 mil. Em uma eventual nova votação, o valor não deve ultrapassar R$ 12.400.

No perfil Ocupe Câmara, na rede Facebook, estão sendo postadas, quase que diariamente, convocações para o encontro de dezembro.

"Depois de uma grande luta que tivemos no final do ano passado e no início deste ano, conseguimos vetar o aumento salarial dos vereadores. Só que eles querem mais e mais sempre!", diz a publicação.
"Chegou a hora de nos mobilizarmos novamente contra o aumento abusivo que eles pretendem. Não é de 61,8% como previsto anteriormente. Mas qualquer tipo de aumento em um salário de R$ 9.288,00 é abusivo e desrespeitoso à população da capital", finaliza.

 

Fonte: O  TEMPO

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